Outro dia, enquanto estava em um momento de lazer, me deparei com a frase: “Não existe evolução humana sem mudança”. Em razão do meu momento de vida, tal afirmação me deixou um tanto quanto pensativa.
Vocês já pararam para refletir que tudo na natureza evolui, mas apenas o ser humano consegue fazê-lo de forma consciente? Ao longo dos milhares de anos, a humanidade progrediu abundantemente, especialmente quando contemplamos as últimas 50 décadas.
O avanço de nossa sociedade e tecnologia trouxe à tona inúmeras possibilidades de facilidades para nosso dia a dia, no entanto, também despertou medos e ansiedades. Em 2020 experimentamos algo completamente novo: Uma pandemia mundial que nos obrigou a simplesmente “parar”.
Nesse contexto, as pessoas foram obrigadas a desacelerar drasticamente, conhecerem profundamente suas casas, e passaram a perceber o quão frágil é a vida e o quão importante são as pessoas ao nosso redor. Foi assim que concepções de produtividade (seja no emprego ou em casa) e excesso de pressão e trabalho deram lugar a idealização de uma rotina de bem-estar e qualidade de vida.
O termo bem-estar é muito subjetivo, no entanto, percebemos que representa um conjunto de movimentos e ações adotadas pelas pessoas, em busca de sua própria evolução, de autoconhecimento, e das sensações de felicidade, tranquilidade, conforto e satisfação.
Note que normalmente todos nós buscamos essa evolução, ainda que esse “start” seja feito inicialmente apenas em nossos pensamentos. Ao fechar os olhos, certamente você contempla uma vida “melhor” no aspecto de saúde mental e física. Desse modo, o bem-estar está ligado ao estilo e ritmo de vida de cada um de nós, refletindo diretamente em como organizamos o nosso dia a dia e, consequentemente, à sensação de paz, alegria e aconchego.
Nessa perspectiva, provoco você a examinar os ambientes em que vive, em particular sua casa ou seu lar. Você pode estar se perguntando o porquê dessa segregação entre casa e lar.
Explico. Casa é uma construção de cimento que abriga as pessoas de chuva, calor ou frio; também é um local onde as pessoas entram para comer, fazer suas necessidades básicas e dormir; é um lugar onde se está fisicamente e não se está mentalmente. Lar é o espaço onde seus residentes desfrutam de paz, tranquilidade, conforto, aconchego; é também abrigo do medo e da dor; é onde são construídos vínculos, valores e princípios; é o local onde temos pressa e vontade de chegar; é um espaço de compartilhamento consigo mesmo e, eventualmente, com os outros.
Nosso lar é nosso espaço físico mais precioso e, por isso, devemos tratá-lo com muito cuidado, amor e respeito. Um bom lugar para morar, é organizado, limpo, com boa circulação, para causar ao seu inestimável residente a sensação de proteção, aconchego e bem-estar, ao invés de estresse e irritabilidade.
Entendo que existe certa dificuldade em manter seu espaço organizado, afinal, a organização pode estar relacionada a nossos hábitos e comportamentos, a ausência de tempo na rotina, entre outros fatores. Por esses motivos, é preciso força de vontade e, em alguns casos, de auxílio profissional, para alcançar esse objetivo.
Nesse sentido, o nível de organização do seu lar pode ser um termômetro para sua saúde física e mental. É indispensável avaliar se a forma como se encontram seus ambientes é um reflexo de questões internas, dificuldade de desapego, se eventuais bagunças são corriqueiras ou apenas resultado de fases particularmente corridas, e ainda, se para você a organização pode ser considerada como uma forma de evolução e bem-estar.
Lembre-se que quando sabemos onde as coisas estão, garantimos mais tempo de lazer, maior qualidade de vida, evitamos gasto físico e psicológico procurando coisas, consumimos menos e “enxergamos mais” de nossos pertences, além de garantir muito mais praticidade no dia a dia.
Finalizo destacando o seguinte questionamento: Como você está cuidando de você? Seu lar reflete a pessoa que você objetiva ser? Te passa tranquilidade e bem-estar?
Cuide de você, busque, evolua!