Manter um lar organizado é um verdadeiro desafio, no entanto, sabemos que a dificuldade é dobrada quando a casa é irradiada pela luz, energia e criatividade das crianças. Por isso, a Organum Space preparou 5 dicas para facilitar o processo de organização com os pequenos.
1 – Crie rotinas:
Criar uma rotina, desde cedo, auxiliará no desenvolvimento de qualidades muito importantes, tais como disciplina, responsabilidade, confiança e independência. Isto porque, para uma criança em desenvolvimento, ter a ciência de como será seu dia, quais serão suas tarefas e, principalmente, perceber a frequência em que tais atividades acontecem, pode proporcionar sensações de conforto, inclusão e segurança.
Você deve sempre lembrar que crianças são indivíduos que estão aprendendo como agir, se portar, estudar e lidar com suas próprias emoções, motivo pelo qual, os hábitos devem ser introduzidos aos poucos, para que se tornem naturais no dia a dia dos pequenos.
Para escolher as atividades inseridas na rotina, deve-se ponderar a capacidade etária dos pequenos e jamais elaborar horários muito apertados ou tarefas extremamente maçantes, pois isso os fará perder o interesse e poderá acarretar condutas reativas.
No mais, é importante ressaltar que a implementação das práticas supracitadas colabora na organização da família como um todo, pois se a criança se acostumar a tomar banho, escovar os dentes, guardar os brinquedos, comer e dormir em horários pré-definidos, o restante dos membros da casa passam a adquirir maior liberdade quanto ao gerenciamento de tempo, sistematização de outras atividades, e, essencialmente, maiores oportunidades para estarem juntos.
Sugerimos que você torne essas rotinas agradáveis, ensinando a criança de forma paciente e quantas vezes for necessário. Uma alternativa é utilizar incentivos visíveis, como planners, lousas e quadros decorados e coloridos (que inclusive podem ser elaborados com os pequenos) para descrever as tarefas.
Por fim, não se esqueça que rigidez e excesso podem ser prejudiciais às crianças. Não sobrecarregue-as e deixe bem claro o conceito de prioridade, demonstrando que existem dias atípicos (consultas médicas, visitas aos avós, etc) em que a rotina delimitada não pode ser seguida e deve ser recalculada. Assim você evitará que seus pequenos desenvolvam ansiedades relacionadas a imprevistos e os motivará a não se tornarem adultos inflexíveis.
2 – Seja exemplo:
As crianças em fase de desenvolvimento recebem inúmeros estímulos que podem contribuir drasticamente na formação de suas personalidades. Por esse motivo, é crucial que, além de conversar muito com os pequenos, você efetivamente os mostre como organizar e como é sua organização.
Imagine como uma criança pode se sentir ao ser inserida em determinadas rotinas ao mesmo tempo que vê o quarto de seus pais bagunçado, com roupas espalhadas pelo chão, sapatos na sala e joias sobre a mesa? Tal conduta pode desenvolver um sentimento de injustiça nos pequenos, refletindo diretamente em sua saúde mental e na própria organização da casa.
Sendo assim, seja um exemplo e estimule a sensação de pertencimento e empatia na criança, para que entendam que a casa é um ambiente coletivo e que todos estão sujeitos a contribuir para o desenvolvimento e bem estar do lar.
3 – Mostre reconhecimento:
Você gosta de receber um elogio em seu trabalho? Pois saiba que as crianças também gostam.
Considerando que a criança está aprendendo a desempenhar uma atividade nova, é de grande importância valorizar sempre o trabalho executado. Assim o pequeno se alegrará e se sentirá útil, o que pode contribuir para o desenvolvimento de uma personalidade colaborativa e autoconfiante.
Caso a tarefa não esteja sendo executada da forma como deveria, não seja agressivo ou brigue com a criança, pois isso pode desestimulá-la, inibí-la ou deixá-la ansiosa. A associação de perceber que está se esforçando para concluir algo e que a retribuição é o grito dos pais, pode acarretar enormes frustrações aos pequenos e fazer com que evitem aquela atividade.
Note que as crianças precisam de atenção, cuidado, carinho e incentivo, especialmente em atividades não tão prazerosas. Por isso, ensine quantas vezes for necessário, com paciência e muito amor.
Por fim, atente-se ao reconhecimento correlacionado a recompensas, sejam elas um presente ou um passeio à sorveteria, por exemplo. O ideal é que a criança execute suas tarefas entendendo a importância daquela ação para o coletivo e estimulada pelo hábito de concretizar algo que estava encarregada, e não encorajada apenas mediante a promessa de determinada retribuição.
4 – Não distribua as tarefas por gênero:
Dialogar sobre igualdade de gênero com as crianças é um processo substancial para mudar padrões e construir personalidades igualitárias. Melhor ainda do que dialogar, é dar o exemplo, já que os pequenos costumam replicar o que veem em casa.
Em um país onde a violência doméstica e o feminicídio batem recordes, é preciso que os pais entendam a importância de demonstrar a igualdade de gênero, para transformar crianças em adultos conscientes, livres e seguros.
Assim, o ideal é que não haja distinção de tarefas entre meninos e meninas, de maneira que eles percebam a importância da participação de todos e que as características atribuídas aos gêneros são majoritariamente culturais e não biológicas.
5 – Deixe as crianças terem acesso:
É muito importante que a criança tenha acesso às próprias roupas, calçados, brinquedos e livros, para que desenvolva autonomia e liberdade de expressão. Impor aos pequenos que sigam estritamente o que você considera ideal, pode causar frustrações, incômodos e até mesmo aversões na fase adulta.
Para facilitar, você pode definir algumas opções de looks pertinentes à ocasião, deixando os pequenos escolherem entre as possibilidades fornecidas. A mesma atitude se enquadra aos brinquedos, já que você pode criar um sistema de revezamento semanal ou quinzenal, onde as crianças poderão escolher entre os brinquedos eleitos e ainda terão a sensação de novidade quando a seleção alterar na semana seguinte.
Aproveito o ensejo para contar uma história muito pessoal. Durante toda minha infância, apesar de expressar meu descontentamento, seja com a cor, modelo, ou até mesmo quando a roupa me incomodava por estar apertada ou larga, eu não tinha poder de escolha. Mesmo bem pequena, isso me causava frustração e revolta, o que resultou em uma adulta que detesta seguir determinadas etiquetas de vestuário e que não usa nada na cor rosa (quase todas as minhas roupas de infância eram nessa cor).
Por tais razões, recomendo fortemente que você estimule desde cedo que sua criança tenha o poder de escolha. Além disso, alcançar seus próprios objetos também significa devolvê-los no lugar, o que deve ser incentivado.
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